E então, no acontecer das coisas, um tapa. Daqueles que nem dói,
simplesmente paralisa. E agora? Será que
ele vai partir, nunca mais falar comigo...? será isso, será aquilo. Mas não
demorou muito e o tapa passou, a voz gostosa começou a recordar a madrugada
passada, o encontro cheio de carinho. Agora que você veio morar na minha rua,
do meu lado, pode me visitar sempre. Entre, esse é meu quarto: um pouco assim,
cheio de palavras.... Hoje te deixo passar a noite, não se preocupe, a gente
fica em silêncio. Essa é minha cama, esse meu colo, aqui meu sorriso... pode
deitar, prometo que não te sufoco de madrugada, apenas vou ficar ouvindo seu
dormir, recontando as batidas do coração. Mas se chover posso te acordar? Não é
medo da chuva, não é susto que troveja. É que quando chove meu coração pula
mais que bate, e não sei suportar sozinha. Vem, pode deitar, mas se chover eu
te acordo.
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